E eis que, apesar das notícias recentes de um choque financeiro no Dubai, o emirado se prepara para celebrar o seu mais recente e mirabolante ícone: hoje é inaugurado oficialmente o Burj Dubai (Torre Dubai), declarado já o mais alto edifício do mundo (e a mais alta estrutura construída por mão humana), com os seus mais de 800 metros (a altitude exacta é… secreta — rumores correm que deverá andar pelos 816/818m).
Mas, 800m bastam, já que, até agora, o campeão era o Taipei 101 de Taiwan com “apenas” 508m.
O Burj Dubai é parte de um imenso complexo comercial e é composto por “mais de” 160 andares, incluindo parte residencial (mais de mil apartamentos), parte escritórios (meia centena de pisos) e comercial, e, claro, hotéis de luxo extremo. Neste capítulo, não se faz mesmo por menos: tem direito ao primeiro hotel (e residências) Armani do mundo — a unidade hoteleira, projecto orientado pelo próprio Giorgio Armani, ocupa os primeiros oitos pisos e os 38.º e 39.º andares, oferecendo 160 quartos e suites, spa, restaurantes e lojas com a chancela daquela casa de moda italiana.
Mais para cima, o piso 122 oferece o elevado restaurante At.mosphere e o piso 124 é um real observatório, aberto a visitantes, com uma vertiginosa vista de 360º (é vidro do chão ao tecto e tudo em volta, a 442m do solo – com céu limpo, diz-se que se vê a mais de 80km…).
A Torre, cercada por um “oásis verde” de 11 hectares, lago, espelhos de água e monumentos aquáticos (até a maior fonte luminosa do mundo), é o ponto central da nova baixa do Dubai (Downtown Burj Dubai), descrita como uma “obra-prima urbana”, que integra hotéis, restauração e entretenimento topo de gama e, mais um recorde, o “maior centro comercial do mundo” (Dubai Mal, 1200 lojas).
O desenho do complexo, desenvolvido pela Emaar Properties e projectado por arquitectos da Skidmore Owings & Merrill (EUA), são simetrias da Hymenocallis, a flor do deserto, e motivos culturais islâmicos.